Era uma família pequena, a mãe que acabara de saber que estava grávida de uma suposta filha. O Pai, ao saber do acontecimento, abandonou minha mãe. Ela sofria a cada minuto, voltou a morar na casa de minha vó. As minhas tias faziam muito minha mãe sofrer, sempre sufocando-a com a seguinte fala:
“-Uma mãe solteira na casa dos pais nunca pode pedir nada a ninguém ...”
E assim, passaram os nove meses, sofrimento, angústia, medo de ter que me doar assim que acabasse de nascer. Ô mulher forte, fonte de toda a minha luta porque nunca escondeu sua decisão, se fosse para consumar os desejos da família ela iria morar debaixo da ponte.
Graças ao Divino Mestre e a determinação de minha mãe isso nunca aconteceu. Nasci linda, mas quase nem conseguia chorar; porém nem com meu nascimento minha família mudou de opinião, a rejeição perdurou por parte de todos, meu avô só conseguiu olhar para mim depois de oito dias, mesmo assim só porque ficara sabendo que eu iria morrer.
Mas com todo meu sofrimento, meus olhinhos nunca pararam de brilhar, sendo a única esperança da minha mãe porque se fosse esperar pela saúde, não podia criar nenhuma expectativa.
E o tempo foi passando, passando, passando, minha mãe trabalhando de vendedora, comprava um monte de vestidinhos, calcinhas bordadinhas e um monte de chupetinhas de todas as cores.
Tive uma infância tranquila, cheia de boas lembranças, não podia olhar para meu pai, tinha muito medo dele, achava, uma das piores criaturas desse mundo, mas já morava na cidade, na casa da minha bisavó, já estudava, esse era meu único divertimento, fazendo todos os dias cópias dos livros didáticos e números.
Aos doze anos minha mãe me deu um computador e aprendi a mexer, conheci um jogo chamado COSMOPAX com uma vizinha chamada Jéhléia. Oba! Outro divertimento! Já comecei a jogar e conhecer amigos, me tornando muito conhecida, Fantástico!
Resquícios do passado, nunca saíram da minha cabeça, mas tinha um único objetivo que era de estudar para ser escritora. E sempre passava nos primeiros lugares em concursos de redação, foi aí que comecei a escrever algumas séries em meu blog de Cosmopax, mas nada que me desse muito conhecimento.
Aos dezoito anos, tomei outra decisão: esquecer o meu passado, parar de cobrar e ser amiga do meu pai e sempre tendo convicção de que sempre quero conquistar tudo com meus esforços. Primeiro, o abraço em meu pai; segundo, também passei a chamá-lo de pai, realizando um antigo desejo dele.
Logo, logo, escrevi um livro para uma editora, estava pronta para realizar o sonho de infância, ser uma escritora. Sonho realizado com muito sofrimento, mas meu livro foi muito vendido, e passei a escrever vários outros.
E dizer que fomos felizes para sempre seria muito exagero porque ainda tenho vários projetos para colocar em prática, mas de uma coisa não tenho dúvida de que coragem e determinação são os meios mais eficazes para conseguir realizar todos os sonhos.
Atenção! este texto é uma crônica parcial,
e não tem oficial envolvimento com a verdadeira história de BabyJeh.
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